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Crítica:

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Wicked Parte 2

Voltamos ao “mundo de Oz”, agora com grandes reviravoltas e novas canções. Logo ao iniciarmos a segunda parte do espetáculo, percebemos que ela é mais “fraca” que a primeira - um consenso entre os maiores fãs. Isso já reduz um pouco a expectativa em relação ao novo longa. Para quem aprecia musicais, há menos números musicais do que no original, e até mesmo a duração do filme é significativamente menor. Assim, resta contar com o carisma e o talento de Ariana Grande e Cynthia Erivo para conduzir a narrativa. Mas será que isso aconteceu?

A segunda parte acompanha o capítulo final da história não contada das Bruxas de Oz. Agora separadas, Elphaba e Glinda enfrentam as consequências de suas escolhas. Enquanto Elphaba continua demonizada como a Bruxa Má do Oeste e se exila nas florestas de Oz, Glinda experimenta as glórias de ter se tornado o símbolo da bondade, vivendo no palácio da Cidade das Esmeraldas e desfrutando da fama e do carinho do povo. Contudo, quando Glinda tenta intermediar uma reconciliação entre Elphaba e o Mágico, as coisas apenas pioram, ampliando ainda mais a distância entre as duas amigas. A chegada de uma garota do Kansas vira tudo de cabeça para baixo, mobilizando uma multidão contra a Bruxa Má e forçando a dupla a se unir novamente.

Alguns furos narrativos persistem - muitos, inclusive, herdados diretamente da peça teatral. A meu ver, o filme tinha oportunidade de explorar melhor certas questões, especialmente o motivo do ódio do Mágico pelos animais. Essa é a principal lacuna narrativa deixada em aberto pelos dois longas. Embora haja explicações plausíveis fora da obra cinematográfica, elas não são exploradas ao longo das mais de cinco horas somadas entre as duas partes. É justamente isso que mais incomoda no desenvolvimento da trama. São diversos números musicais grandiosos que, apesar de impressionantes, acabam ofuscando a história e poderiam ter sido aproveitados para preencher as lacunas que o próprio roteiro levanta no primeiro filme.

Ainda assim, nada tira o brilho da amizade entre Elphaba e Glinda. A fidelidade da adaptação é notável, e a produção do longa impressiona pela escala e pelo cuidado técnico. É provável que o filme apareça no circuito do Oscar, especialmente nas categorias técnicas. No entanto, não estou certo de que terá a mesma força do primeiro. Se depender da parceria entre Grande e Erivo, porém, o céu é o limite: ambas exibem enorme carisma nas turnês de divulgação e nos eventos que participam, brilhando dentro e fora do mundo de Oz.

Joinhas:

4

Por:

@eduardomontarroyos

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