top of page

Crítica:

367

0

Uma Sexta Feira Ainda Mais Louca

A aguardada sequência do sucesso "Uma Sexta-Feira muito louca" de Mark Waters (diretor de Os pinguins do Papai e Meninas Malvadas), "Uma sexta-feira ainda mais louca" vem aos cinemas com a mesma proposta de seu predecessor, mantendo a diversão da confusão de troca de corpos e desencontro de sentimentos em uma versão mais atual e divertida.

Após anos dos acontecimentos do primeiro longa, Anna (Personagem de Lindsay Lohan) agora é uma mãe solteira e uma produtora musical que deixou de lado o sonho de ser uma estrela do rock para cuidar de sua filha. A adolescente rebelde se tornou uma adulta responsável, sofisticada e profissional, com um alarme para cada movimento de sua vida e com técnicas de respiração para controlar suas emoções, bem como sua mãe Tess no primeiro filme. Sua filha Harper (Julia Butters), da mesma forma reflete o comportamento da mãe em seus anos de adolescente, com sua paixão direcionada ao surf ao invés do rock nessa versão. E Tess (Jamie Lee Curtis) é a avó presente, até demais, na vida da neta e da filha, sendo a psicóloga experiente e aplicando suas técnicas na vida de ambas. Harper, que incorpora o estilo despojado e moleca, enfrenta desafios na escola quando uma nova colega exuberante e arrogante vinda da Inglaterra, Lilly (Sophia Hammons), se torna sua dupla nas atividades escolares. Um clichê clássico de personagens com estilos diferentes que não se dão bem e acabam por odiar uma à outra sem se conhecer profundamente. As duas acabam criando uma confusão na escola e seus pais são chamados na diretoria. Anna e Eric (Manny Jacinto) se atraem logo de cara, e desenrolam o romance que dará o motivo principal a toda a trama.

O filme não surpreende no roteiro, é bem previsível o que irá acontecer mesmo antes dos 30 minutos de reprodução. Completamente produzido em cima de clichês clássicos do cimenta adolescente, mãe e filha que não se entendem e nem conversam, adolescentes que não se dão bem ao mesmo tempo que os pais acabam se envolvendo em uma relação amorosa que irá tirá-las de suas zona de conforto, e agora elas precisam fazer de tudo para separá-los ou "suas vidas serão destruídas", o drama é bem clássico nesse contexto. As duas têm sua grande chance quando acordam no corpo das mulheres mais velhas após uma conversa com uma vidente na despedida de solteira de Anna. Harper, no corpo de Anna, e Lilly no corpo de Tess, agora sentem que como adultas têm a oportunidade de tomar as decisões que irão ajustar suas vidas da maneira que querem, e impedir o casamento de seus pais.

Tal como no primeiro filme, há a divertida mudança de visual das personagens e a confusão da experiência de vida no corpo uma das outras. As garotas experimentam o que é estar no corpo de mulheres mais velhas, muitas dores nas costas e restrições alimentares, enquanto as duas mães sentem novamente os privilégios da juventude. Lindsay Lohan e Jamie Lee Curtis brilham ao repetir o desafio de interpretar a troca de corpos, dessa vez vivendo ambas vivendo adolescentes. Não deixam a desejar nas cenas cômicas e na impulsividade juvenil que dão o ar de divertimento ao filme. Como é esperado enquanto tentam desenrolar o plano para separar os pais, ambas vão tendo uma nova visão dos sentimentos deles e de como ambos enxergam as filhas. Já a atuação de Julia Butters e Sophia Hammons é pouco explorada, com cenas bem curtas e até um pouco monótonas, repetindo a mesma trama do desespero pela troca de corpos e da passividade emocional adulta diante de alguns problemas.

O roteiro de Mark Waters não abandona os eventos cômicos da primeira parte e nem investe em uma solução surpreendente, mantém a mesma fórmula que fez sucesso em 2003, as ações das garotas, no corpo das mais velhas, resultam na separação do casal, mas ambas acabam se arrependendo de suas ações e conseguem concertar tudo após um momento de compreensão e disponibilidade emocional.

"Uma sexta-feira ainda mais louca" estreia em 8 de agosto nos cinemas, é uma comédia tão leve quanto seu antecessor. É um filme sobre tudo o que não é dito entre mães e filhas, sobre os gestos que gritam mais do que as palavras. Mesmo com alguns tropeços, é uma obra que convida à empatia, ao olhar além da superfície e, acima de tudo, à escuta. Com diversão e uma nostalgia muito bem-vinda aos fãs do primeiro filme.

Joinhas:

3

Por:

@oiemandy

2 Lados Online © 2014-2025. Created by Rafael Carvalho

bottom of page