
383

Crítica:
375
0
Uma Batalha Após a Outra
Posso cravar esse filme nas principais premiações em 2026! Incrível como a parceria ‘Paul Thomas Anderson’ e ‘DiCaprio’ deram muito certo. Mas além dele muitas pessoas brilham neste filme: Benicio Del Toro, Teyana Taylor, Regina Hall, Chase Infiniti (rouba a cena todas as vezes que aparece) e o inconfundível antagonista da trama: Sean Penn. O longa é dinâmico, abusa e usa da tecnologia IMAX, ele é todo neste formato no qual considero o melhor do cinema, atualmente.
Em Uma Batalha Após a Outra, Leonardo DiCaprio interpreta Bob Ferguson, um ex-revolucionário que sai da aposentadoria para enfrentar a missão mais importante de toda a sua vida: resgatar a sua filha. Tendo vivido a juventude como integrante de um grupo de guerrilha, agora a sua fracassada vida o atinge em cheio com frustrações e tristezas quando o mais cruel de sua longa lista de inimigos retorna após passar16 anos desaparecido e resolve sequestrar a garota. Diante de tamanha urgência, ele reúne seus antigos companheiros e embarca em um implacável desafio em que precisará correr contra o tempo para salvar quem ele mais ama.
Seus atos são muito bem construídos, apesar do segundo ser um pouco longo. A trama poderia ter enxugado uns vinte minutos (do meio para o final) e isso iria deixar a narrativa ainda mais dinâmica. Apesar de notar que existem até alguns recortes além do tempo total deste longa. O que mais me preocupa, analisando a conjuntura de filmes que estão concorrendo ao ‘Oscar’, pelo menos os primeiros que chegaram para nós aqui no Brasil, eles carregam pautas extremamente progressistas. “O Agente Secreto” coloca um peso muito grande no Regime Militar e neste longa na imigração ilegal dos EUA. Ambos os filmes tem algo em comum e que me incomodam bastante: Porque o vilão sempre tem que ser o “militar” ou o “empresário”? O vilão é sempre o rico, branco que vive bem: Esse sempre é “racista” e “assassino” nessas tramas. Não devemos nos enganar, “Hollywood” tem uma pauta progressista muito forte e os grandes filmes sempre favorecem esse lado.
Pegando esse viés político, o filme deveria ser assistido, até para gerar debates sobre o que “não fazer”. Apesar do progressismo ‘Anderson’ não camufla o lado negativo de ser um extremista progressista, tal dilema é bem ressaltado na trama. Mas, do ponto de vista técnico e sobre a construção de um bom fio narrativo “Uma batalha após a outra” não deixa a desejar em nada. DiCaprio, Del Toro e Penn se divertem em seus papeis, sem deixarem de serem brilhantes no que fazem. ‘Hall’ e ‘Infiniti’ carregam o peso dramático e sério da trama, e quando estão em cena brilham como ninguém. Para um diretor que não teve tanta experiência com as câmeras IMAX em seus filmes anteriores, Anderson dirige esta obra de forma maestral. Todas as perseguições em carros e cenas de ação estão impecáveis, até nas horas onde a filmagem fica um tanto “trêmula” por causa dos movimentos dos carros, percebemos que tal artifício é proposital. Trabalho de direção e roteiro impecáveis.
Joinhas:
4
Por:
@eduardomontarroyos