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Crítica:

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Titan - O Desastre de OceanGate

O que define uma tragédia? Acidentes? Fatalidades? Irresponsabilidade? O novo documentário da Netflix “Titan: The OceanGate Disaster” é cirúrgico em ressaltar a irresponsabilidade de criador de toda essa empreitada rumo aos destroços do “Titanic”, o longa é um retrato (um raio X) de Stockton Rush o autoproclamado CEO independente da OceanGate, cuja arrogância desenfreada e ambição implacável acabaram abafando a razão, levando a consequências catastróficas.

Por meio de relatos em primeira mão de ex-funcionários, Titan: O Desastre da OceanGate expõe a cultura de "disfarce" da empresa, uma cultura que priorizava o lucro em detrimento da segurança e da integridade científica. A narrativa do fundador da OceanGate como um explorador visionário e inventor pioneiro se desfaz à medida que o filme explora os oito anos turbulentos da empresa, oferecendo, em última análise, uma condenação contundente da perigosa obsessão dos Estados Unidos pelo empreendedorismo a todo custo e pelo culto ao titã dos negócios.

Meu problema com o documentário está no foco narrativo: Dedicar noventa minutos apenas em “Rush” o torna muito cansativo. Existe um artifício de “barriga” em toda a narrativa: Nos primeiros vinte minutos do longa já está claro que a responsabilidade foi do dono da OceanGate. Percebo, ao terminar o longa, um grande potencial desperdiçado. Há tantas coisas para se explorar nessa história: O passado dos passageiros, os desdobramentos atuais do caso e, principalmente, enfatizar o dia do desastre, os últimos passos das vítimas rumo à grande tragédia.

Eu penso que a falta de material gráfico e documentar limitou a narrativa da trama. Eles tentaram dar uma abertura para falar o quão o oceano é perigoso e pouco habitável, entretanto tudo é abafado apenas para manchar a imagem do CEO ‘Stockton Rush’, alguém que já morreu e não tem mais a chance de se defender. O documentário tira Rush do túmulo apenas para “violentar o seu corpo” mais uma vez. Documentários não costumam ter continuações. Mas existem vários trabalhos sobre o mesmo assunto, é esperar para ver se alguma produtora com mais material substancial pode nos dar mas informações sobre esse desastre tão intrigante.

Joinhas:

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Por:

@eduardomontarroyos

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