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Stranger Things - 2ª Temporada

A segunda temporada de Stranger Things consegue maximizar tudo em relação à sua primeira, entregando mais drama, mais ação e um universo ainda mais expandido. Por outro lado, começa a ceder à pressão popular de ser o “grande evento” da Netflix, tentando equilibrar expectativas sem perder o encanto original. Ainda assim, a essência dos irmãos Duffer permanece intacta. As referências aos filmes de terror clássicos são mais evidentes do que nunca com destaque para O Exorcista e consolidam o tom nostálgico que tornou a série um fenômeno. Entretanto, é também nesta temporada que surge o primeiro deslize narrativo: o polêmico episódio oito, considerado por muitos fãs um desvio desnecessário na história principal.

Ambientada em 1984, a temporada mostra Will Byers atormentado por visões de uma criatura gigantesca chamada Devorador de Mentes, enquanto Hawkins continua ameaçada pelas experiências do laboratório. Onze, escondida com Hopper, busca entender suas origens. Enquanto isso, Mike, Dustin, Lucas e a recém-chegada Max enfrentam os temíveis Demodogs, culminando em um confronto épico no final quando Eleven fecha o portal do Mundo Invertido, ainda sob a sombra do verdadeiro inimigo.

Um dos grandes acertos deste novo ciclo é a relação construída entre Hopper e Onze, emocionalmente envolvente e muito bem desenvolvida. A introdução de Bob também se destaca, trazendo calor humano e um senso de esperança à narrativa. No campo das atuações, Noah Schnapp entrega um desempenho impressionante, carregando boa parte da tensão emocional da temporada. Joe Keery (Steve Harrington) se firma como peça indispensável da trama, especialmente pela divertida dinâmica com Dustin. Já Sadie Sink, com sua chegada como Max, amplia a química e a interação do grupo principal.

Embora o ritmo apresente momentos mais lentos e o episódio oito divida opiniões, o clímax é poderoso talvez um dos mais marcantes de toda a série. Stranger Things 2 se mostra bem fundamentada em seu desenvolvimento narrativo, mantendo o equilíbrio entre mistério, emoção e crescimento dos personagens. Mesmo sob a pressão de continuar sendo o grande carro-chefe da Netflix, a série mantém sua identidade, escapando do vazio das superproduções de grandes orçamentos. No fim, Stranger Things prova novamente que é, no mínimo, um fenômeno geracional e que o tempo apenas reforça o quanto essa história já marcou a cultura pop moderna.

Joinhas:

4

Por:

@eduardomontarroyos

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