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Crítica:

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Sing Sing

“Sing Sing” finalmente estreia nos cinemas brasileiros, depois de uma das campanhas de lançamento mais conturbadas que eu já acompanhei. O longa estreou em julho do ano passado nos cinemas norte-americanos e só agora chegou por aqui. Por causa de problemas quanto ao marketing o longo apenas chega ao Oscar com duas indicações: Melhor Roteiro e Melhor ator para “Colman Domingo”. Foram escolhas um pouco erradas da “A24” nos EUA que levaram à uma campanha totalmente prejudicada.

Neste longa acompanhamos “Divine G”, um homem preso injustamente que encontra um novo propósito ao se unir a um grupo de teatro na prisão. Ao lado de outros detentos, ele embarca em um projeto artístico que vai além das grades, descobrindo na arte uma poderosa ferramenta de transformação e resiliência. A chegada de um novo integrante, cauteloso e desconfiado, desafia o grupo a superar suas próprias barreiras emocionais e a explorar a comédia como meio de expressão. Juntos, os homens decidem encenar sua primeira peça cômica, e o processo criativo se torna um caminho para reconciliação consigo mesmos e com suas histórias. Baseado em uma comovente história real, o filme destaca a força da humanidade e o impacto que a arte pode ter em ambientes adversos. Com um elenco de atores anteriormente encarcerados, Sing Sing é um testemunho do poder restaurador do teatro e da possibilidade de redenção, mesmo nas circunstâncias mais difíceis, reafirmando a dignidade e a esperança daqueles que encontram na expressão artística uma forma de liberdade.

Tenho sérios problemas quanto ao primeiro e segundo ato desta trama. Acho que a adaptação ficou muito “arrastada”, leva muito tempo para a trama apresentar seus personagens e o drama do protagonista não é apresentado logo de início. Vejo o filme com um sério problema de ritmo. Sem contar a ideia de trazer ex-detentos com histórias reais para representarem seus próprios papeis na trama. Confesso que tal ideia é ousada, mas com muitos riscos de dar errado, paremos para pensar: Se esses homens não forem bons atores? É exatamente o que acontece. Para “Colman Domingo” é dado toda a responsabilidade profissional de levar o drama do filme, mas isso destoa muito do resto do elenco, pois não são atores profissionais. Ou seja, a intenção é maravilhosa, mas a excursão deixou muito a desejar.

De fato, se o longa tiver alguma chance de ganhar um Oscar será pela atuação de “Domingo”, mas também fica difícil concorrer com “Adrien Brody” (O Brutalista) nesta temporada. Do segundo ato em diante, quando presenciamos os dilemas e o drama completo de “Divine G” conseguimos (depois de algum tempo) nos conectar com a história. De fato, temos um drama digno de um filme de Hollywood, a direção de Greg Kwedar é simples e precisa, algo muito bom em apreciarmos no cinema. Mas, de fato, é um filme para pessoas que apreciam histórias lentas e contemplativas. Particularmente, nada contra a história ser demorada, mas sinto que “Sing Sing” em seus primeiros minutos não tem tanto a mostrar, fica administrando o seu tempo em três atos como pode, achei que escolhas erradas foram tomadas. Mas ele vale pelo drama e também pela atuação de seu protagonista, essas foram boas formas de compensar.

Joinhas:

3

Por:

@eduardomontarroyos

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