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Pacificador - 2ª Temporada
Pois é! Nem sempre a sequência é melhor que o material original na verdade, isso acontece com frequência no mundo do cinema e das séries. Com o sucesso de uma primeira história, o estúdio “cresce os olhos” e logo encomenda uma continuação. Pacificador 2 é a prova viva de que nem sempre isso deveria acontecer. Aqui temos James Gunn em seu auge e quando digo isso, quero dizer em tudo: sua esposa ganha muito tempo de tela, praticamente todos os personagens falam sobre rock e bandas de rock, há várias piadas fora de contexto e até uma cena de sexo desnecessária, algo bastante constrangedor que, com certeza, deixou muitos pais arrependidos de deixar seus filhos assistirem a esta temporada especialmente após verem um “Superman” muito mais contido nos cinemas.
Após os acontecimentos da primeira temporada, o vigilante anti-herói Chris Smith (Peacemaker) enfrenta consequências maiores do que nunca. Ele lida com seu passado conturbado e é forçado a encarar outras versões de si mesmo ao adentrar dimensões paralelas. Enquanto isso, a agência A.R.G.U.S. o persegue em parte por vingança, e uma nova equipe de heróis começa a se formar com o objetivo de redefinir o que significa “paz a qualquer custo”. A temporada explora ambição, trauma e identidade em meio a ação, humor e reviravoltas multiversais.
É preciso reconhecer a forma muito bem construída com que James Gunn prepara o grande plot twist da temporada. Com certeza, os episódios seis e sete são os pontos mais altos da trama. Gunn desenvolve um multiverso ideal (aparentemente) para Chris, e tenta nos convencer de que aquele mundo seria o lugar perfeito para o protagonista. Após grandes revelações, fica evidente o talento narrativo do diretor e roteirista. Entretanto, o último episódio, que deveria nos deixar empolgados, acaba sendo um dos roteiros mais preguiçosos que Gunn escreveu nos últimos anos. A série, superestimada, poderia muito bem ter sido condensada em um filme - talvez assim, seu ritmo e seus acontecimentos funcionassem melhor.
A caracterização dos personagens funciona bem, desde a abertura até os últimos episódios. A montagem é relativamente simples, mas o ritmo é fraco, com episódios desnecessários e arrastados. Além disso, Gunn se contradiz em relação aos seus planos para a nova fase da DC. Em entrevistas, ele havia afirmado que as histórias seriam individuais, sem grandes ganchos para obras futuras. No entanto, Pacificador 2ª Temporada mostra o contrário: é uma grande “preparação de terreno” para o próximo filme do Superman, já previsto para 2027. Seu episódio final existe quase que exclusivamente com essa finalidade. Mesmo com boas ideias e momentos inspirados, a nova temporada de Pacificador sofre com excesso de ego autoral e falta de foco narrativo. No fim das contas, o que deveria ser uma expansão do personagem se torna apenas um trampolim para os planos maiores da DC Studios.
Joinhas:
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Por:
@eduardomontarroyos