
383

Crítica:
313
0
Os Anéis de Poder - 2ª Temporada
Se neste ano o Pinguim foi muito melhor do que o Coringa, por que “Os Anéis de Poder” não pode ser melhor que “House Of The Dragon”? É exatamente o que temos nesta nova temporada: Qualidade de narrativa. Não apenas uma produção impecável, (como já vimos na primeira temporada) mas seus produtores pegaram o que mais funcionou no primeiro ano e maximizaram nesta nova temporada.
Quem ganhou mais espaço narrativo foi “Sauron”. Enquanto que anteriormente não sabíamos onde ele estava, a narrativa nos fornecia esse grande mistério, agora o personagem já foi estabelecido e já pode ser desenvolvido. De cara, já contemplamos seu passado e a grande queda do personagem, a forma como foi mostrado não agradou a alguns fãs mais detalhistas ao universo “Tolkien”, mas, particularmente, eu gostei. Acho que não é algo fácil de se adaptar, porque o próprio “Tolkien” deixa várias coisas inacabadas em seus escritos, a própria trilogia original de “Peter Jackson” passou por várias adaptações. A série perceber que deve conceder mais foco a esse grande vilão foi um grande acerto.
Assim como temos acertos altos a série mostra erros gravíssimos. Dar motivação aos orcs para lutar a fim de proteger sua “família” foi demais, existe um grande problema em nossa sociedade pois todo tipo de ato ruim deve ser explicado com uma desculpa bastante floreada por trás. Orcs não tem família, e eles são maus por natureza assim como o “diabo”. Assim como não existe redenção para os Orcs não existem para Sauron, eles são o mal encarnado. Enquanto que a série desenvolve o seu vilão de forma quase perfeita, não dando nenhuma justificativa para ele, além de ser mal e querer poder, ela descontrói os Orcs quase que de forma imperdoável, dando a eles filhos e vontade de proteger o lar, kkkkkkk Fala sério! A série entra em contradição com ela mesma.
A trama foi sábia em diminuir o arco dos “pés peludos” e também de “Galadriel”, ambos muitos fracos até nesta temporada. A história dos “pés peludos” começa a ficar interessante apenas no seu final quando um grande segredo é revelado sobre um personagem, até então, intitulado por “Estranho”. Os diálogos com “Tom Bombadil” são os melhores já escritos, esse personagem foi um dos mais assertivos. Vale também ressaltar as narrativas de “Adar” e “Celebrimbor”, núcleos muito valorizados e bem escritos. Na parte dos Anãos temos bons desenvolvimentos, principalmente quanto aos efeitos do anel na vida dos personagens e a aparição de “Balrog”, uma das grandes referências da trilogia original, apesar da surpresa não ser tão grande já que o trailer fez questão de mostra-lo. A cada ano que se passa sinto menos vontade de assistir a trailers de filmes e séries que não quero ver nenhuma Spoiler.
A segunda temporada desenvolveu com maestria aquilo que vemos apenas como uma introdução no início de “A Sociedade do Anel”. A forma como os anéis dos anãos e dos humanos são fabricados é algo bastante plausível e lógico em todo o conjunto da trama. Até no contexto de “Númenor” vemos o início da queda daquele reino e como os humanos são facilmente corrompidos. Algo não muito diferente da nossa realidade.
Joinhas:
3
Por:
@eduardomontarroyos