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O Brutalista
O Brutalista não é um filme para todos. Principalmente por causa do seu tempo, são quase quatro horas sentados no cinema contemplando essa história. Ainda nos deparamos com um intervalo de quinze minutos que, particularmente, achei uma das melhores ideias quanto a percepção de fixação dessa obra. Com um trio estelar: Adrien Brody, Felicity Jones e Guy Pearce, O Brutalista chega aos cinemas nesta quinta e promete mexer com as estruturas dos cinemas, pois promete ser um filme épico.
O Brutalista se passa em 1947, quando o arquiteto visionário húngaro László Toth (Adrien Brody) e sua esposa Erzsébet (Felicity Jones) fogem da Europa devastada pela guerra em busca de um novo começo na América. Em sua jornada para reconstruir seu legado e testemunhar o surgimento da América moderna, eles se deparam com uma oportunidade que pode mudar suas vidas para sempre. O industrial rico e carismático Harrison Van Buren (Guy Pearce) oferece a László um sonho americano em bandeja de prata: a chance de projetar um grandioso monumento modernista que moldará a paisagem do país que agora chamam de lar. Este projeto ambicioso representa o auge da carreira de László, prometendo levar ele e Erzsébet a novas alturas de sucesso e reconhecimento. No entanto, o caminho para a realização de seus sonhos é repleto de desafios e reveses inesperados, que os levarão a enfrentar tanto triunfos quanto tragédias ao longo de quase três décadas.
O que poderia ser caracterizado por um épico? Algo grandioso. Podemos considera este trabalho assim: Primeiro por causa do tempo, segundo, temos as camadas dos personagens que, de fato, entregam o seu melhor em cena. “László Toth” é um personagem fixado pela arquitetura, só que todo esse amor o faz definhar, enquanto o arquiteto é cada vez mais determinado, seu lado pessoal vai constantemente se desfazendo. ‘Harrison’ não apenas é um antagonista, ele sabe muito bem esconder essa função. Aos poucos vai imperando até sobre o talento do protagonista, só que tal império é revelado com muita sutileza. Por isso que o filme precisa de tempo para se desenvolver. Não teria como criarmos essas evoluções em pouco tempo. Principalmente para culminarmos nas cenas finais, onde todos os escândalos vão à tona.
Também não seria uma boa ideia dividir a história em dois filmes. Esperar um ou dois anos para vermos o segundo ato seria nos desprendermos completamente da trama, algo que quinze minutos não atrapalham, pelo contrário. A divisão do filme em dois atos é uma estratégia muito sagaz pois nos dá tempo de digerirmos a história entre um ato e outro. A forma como o filme é dividido, dentro da própria edição do filme, como se estivéssemos esperando um trem é muito adequada para o momento. Prepare-se para uma história difícil de “engolir”, não gostamos de histórias que nos decepcionam, mas esse é o caso de “O Brustalista”, a trama é decepcionante no sentido de não dá o que queremos, na mesma tonalidade de decepção que “László Toth” sente ao longo de suas três décadas vivendo o tão idolatrado “Sonho Americano”.
Joinhas:
4
Por:
@eduardomontarroyos