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Nosferatu (Por Vinícius Montarroyos)
Robert Eggers, conhecido por sua habilidade de transformar o que não tem tanta atenção e as pessoas nem estão comentando em algo simplesmente desconfortável, mas muito interessante, nos entrega a releitura do clássico de F.W. Murnau que vai muito além de uma simples homenagem. Com um rigor histórico aliado a uma estética quase visionária, este Nosferatu equilibra tradição e ousadia de maneira única.
A força visual do filme impressiona desde os primeiros minutos. Eggers utiliza seu domínio sobre luz e sombra, mas com um toque contemporâneo que nunca parece fora de lugar. A fotografia, assinada por Jarin Blaschke, é um espetáculo à parte, com enquadramentos meticulosamente compostos que evocam tanto a atmosfera opressiva do original quanto a grandiosidade de uma produção moderna. É impossível não notar o quanto cada cena parece uma pintura viva, onde cada detalhe serve para intensificar a tensão ou destacar a beleza sombria da narrativa.
As atuações são outro ponto alto: ‘Willem Dafoe’, em uma performance hipnotizante, transforma o vampiro Conde Orlok em uma figura tão repulsiva quanto trágica, oferecendo uma camada de humanidade ao monstro. Já Lily-Rose Depp, no papel de Ellen, traz uma vulnerabilidade tocante que contrasta brilhantemente com a ameaça constante representada pelo Conde. O elenco secundário também brilha, com cada personagem contribuindo para a imersão total no universo que Eggers constrói com maestria.
Por fim, a trilha sonora, composta por Mark Korven, é um elemento essencial na construção da atmosfera. Misturando elementos clássicos e modernos, ela guia o espectador por momentos de puro terror e contemplação melancólica. Este Nosferatu não é apenas uma releitura; é uma reinterpretação ambiciosa que respeita suas raízes enquanto se posiciona como um marco no cinema contemporâneo. Eggers mais uma vez prova que é um dos grandes visionários de sua geração, entregando uma obra que certamente será lembrada por décadas.
Joinhas:
4
Por:
@vini.ventura23