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Crítica:

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A Melhor Mãe do Mundo

O nosso “sofrido” cinema brasileiro padece com filmes em que temos roteiros brilhantes, mas apresentam baixíssimos orçamentos em tela. Investimentos que, infelizmente, precisam ser repartidos em três ou cinco filmes fazendo com que o brilho de uma história tão marcante não tenha o investimento merecido. É isso que vemos em mais uma produção conterrânea a nós e vencedoras de vários prémios: “A Melhor mãe do mundo”.

Novo filme da cineasta Anna Muylaert, “A Melhor Mãe do Mundo” acompanha uma catadora de recicláveis chamada Gal (Shirley Cruz) que decide fugir dos abusos do marido Leandro (Seu Jorge) após tentar denunciá-lo e ser ignorada pela polícia. Focada em proteger seus filhos, a mulher abandona a casa, coloca suas duas crianças pequenas, Rihanna e Benin, na carroça e as leva numa jornada pela cidade de São Paulo. Tentando garantir a inocência dos filhos, Gal os faz acreditar que estão vivendo uma grande aventura, mesmo diante de inúmeros sacrifícios e perigos da rua. A Melhor Mãe do Mundo conta a história de resiliência, coragem e amor de uma mãe que toma uma decisão brutal para lutar pela segurança e um futuro melhor para seus filhos.

Seu segundo o terceiro ato mostram-se bastante cansativos, isso remete a um problema de “montagem” investido na produção. Muitas das cenas poderiam ser subtraídas ou, quem sabe, resumidas. Existem alguns diálogos que nitidamente a direção deixa correr num tom de improviso, principalmente em relação às crianças. Existe uma série de críticos que acham isso simplesmente maravilhoso, e bem espontâneo, acho que não deveria ocorrer: Longas-metragens devem dar pouco espaço para improviso, diferente do teatro. O roteiro deve ser explorado ao máximo. Não achei que isso acrescentou algo para a trama. Por isso que digo ser um problema de montagem, é a equipe de produção, junto a direção que devem perceber esses exageros em tela e subtraí-los.

Entretanto, não podemos negar que o longa carrega um tema poderoso: As mulheres que sofrem abusos dos mais diversos e ainda tem que encarar a realidade de viver à margem da sociedade. Quantos casos desses podemos citar em nosso país. Existem inúmeras "Gals” espalhadas pelas ruas do Brasil, mulheres que sofrem em silêncio. O cinema também tem esse poder de dar voz aos que não tem. O filme é “agoniante” no “bom sentido” pois nos tira de nossa zona de conforto, mostrando o que há de pior na omissão e covardia masculina dentro da família.

Joinhas:

3

Por:

@eduardomontarroyos

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