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A Hora do Mal
Um dos elementos mais fascinantes do “Terror” está na atmosfera criada para nos envolvermos na história. Seja com uma trilha sonora mais sombria, uma paleta de cores sem tantas saturações, ou até numa ambientação condizente com o tom do filme. Geralmente falamos muito de filmes com uma direção, produção ou um design de produção muito bem elaborados, entretanto com um roteiro fraco, o qual deixou muito a desejar, e esse artifício é a ‘alma’ de um filme. Entretanto, no filme “A hora do mal” temos um raro efeito contrário: O roteiro é muito bom, mas a direção e montagem que deixam a desejar.
“A Hora do Mal” acompanha o desaparecimento de 17 crianças – exceto uma – de uma mesma classe que misteriosamente, ao mesmo tempo, fogem de suas casas de madrugada. Sem nenhum sinal de arrombamento ou sequestro, a cidade inteira demanda respostas sobre o que pode ter acontecido naquela noite. Quem ou o que poderá estar por trás deste estranho mistério? Enquanto os pais lutam para entender o que aconteceu, as autoridades buscam por informações pela pequena cidade.
Começamos com um primeiro ato tradicional aos filmes de “Suspense”, com um tom bem acertado, embora eu prefira, digamos que, uma trilha sonora mais adequada, com o tom do que deveria ser esse filme. O longa tem uma playlist de músicas, isso não combina com a proposta do roteiro, e particularmente não combina com filmes de “Suspense/Terror”. O segundo ato nos mostra a sequência de cenas mais bem elaboradas que eu vi no cinema deste ano. É nesse instante que o roteiro se sobressai. Imagine um quebra cabeça onde todas as peças estão embaralhadas, aos poucos, o roteiro vai montando essa história que parece ser impossível de ser decifrada. Nos empolgamos muito com os acontecimentos do segundo ato.
Meu maior problema está no seu terceiro ato: Ao invés de ousar na forma como a história irá ser concluída, o diretor prefere ousar num estilo de filmagem e montagem pra lá de cômicos. O filme simplesmente abraça o absurdo de uma forma não saldável, flertando com a comédia, no “melhor” estilo: “Extermínio 3”. Todo esse artifício de direção, em mesclar os tons, me deixa um tanto confuso e me desconecta completamente com a história. Não foi uma boa escolha. A escolha de cast é um dos pontos altos, simplesmente: Josh Brolin, Julia Garner, Alden Ehrenreich nos entregam atuações muito boas. Vale a pena vermos esse filme no cinema, e existem muitas pontas soltas para outras continuações, creio que isso deva acontecer em breve.
Joinhas:
3
Por:
@eduardomontarroyos